Isabela do Lago
- Bela do Lago
- Belém, Pará - Amazônia, Brazil
- A natureza da coisa arte em minha trajetória ocupou lugar no que se diz opção profissional, nem sei dizer nada a respeito de vocação pois nunca ouvi o tal "chamado". Por toda a minha vida tenho cercado o ato de produzir imagens, sejam elas desenhadas, pintadas, fotografadas, filmadas, dançadas, cantadas ou aquelas que figuram mundos internos nas almas imersas em situações nada concretas, a realidade vem a partir da leitura de quem se presta ao ato existir. Intuição, paixão e o nada me tocam neste viver o sentimento criativo desde que sinto coisas que não vejo e procuro transformá-las em algo visível e para que isto aconteça vivencio a criação no momento dela - e depois a esqueço.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Mar, rios, chuvas, igarapés e pessoas: almas líquidas
Nossas terras tem superfície extremamente aquosa, generosamente banhadas de rios, neste universo úmido bailam saberes de homens e mulheres que apredenderam a viver ao sabor das águas que banham o imaginário de nossa gente dimensionando a diversidade de seres, cores, sons, movimentos, imagens e sentimentos que tonificam nossa identidade através dos tempos, em que nós, nortistas temos a alma líquida, estamos sempre por um fio, sempre à beira de naufragar nas margens da história brasileira.
Bela do lago.
Referencial mina-encantaria/MARAJÓ
Referencial temático 3
Referencial temático 2
Referencial temático 1
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Dizer disso não diz nada do que você quer que eu diga?
Quando digo "disso" digo da re-nascente pintura, não estou aqui
para falar da pintura da renascença, muito embora eu a tenha no meu carrego.
Querem que eu diga que falo de mim na minha pintura, porque ando a fazer autoretratos,
mas é que sou eu mesma que vejo as sensações que transbordo na tinha. Cores são luzes,
destino obvio de qualquer pensamento que me atravessa, porque é esta a pintora, mas
não sou eu na pintura, e sim a permanência ajuremada da experiência junto a faculdade
que trabalha pensadores não verbais.
O que querem que eu diga? que tipo de hipocrisia artística? Vivemos num mundo cruel, cidades são cenários de poluição de imagens e dissolução de pessoalidades, há muito mais ainda para se ver do que eu mesma possa pintar.
Acredito, desde a vivência na arteterapia que se cada um de nós pudésse sintetizar pensamentos em imagens talvez adoecêssemos menos da cabeça, porque coração, é só um órgão com a função específica e colaborativa dentro do sistema fisiológico que precisa bombear sangue para que tudo circule, e isso não chega nem perto do sentimento que podemos sentir uns pelos outros, esta metáfora para mim não tem vez!
Deixem que eu pinte o que eu sinto, que vos direi o que pinto.
Ui !
Estou acabando esta pintura, já teria até terminado, se ela fosse eu... mas ela é ela, careço vivência para fechar... digoo... Resolver a imagem.
Agora os bichos já começaram a circular pelo corpo, a encantaria finalmente chegou. Nossa tradição caboca adora a deuses e deusas diversos que são cobras, pássaros, insetos e curam ou matam com folhas, sementes, cascas, galhos, pedras, foi esta vivência que me inspirou, é disso que falo aqui. É isto que me encanta: A mata, o rio, a chuva, o vento... porque dos prédios, carros e placas eu não saberia falar, nem tampouco
Me cabe algum sentimento.
Meu sentimento não está no coração.
Bela do Lago.
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