Isabela do Lago

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Belém, Pará - Amazônia, Brazil
A natureza da coisa arte em minha trajetória ocupou lugar no que se diz opção profissional, nem sei dizer nada a respeito de vocação pois nunca ouvi o tal "chamado". Por toda a minha vida tenho cercado o ato de produzir imagens, sejam elas desenhadas, pintadas, fotografadas, filmadas, dançadas, cantadas ou aquelas que figuram mundos internos nas almas imersas em situações nada concretas, a realidade vem a partir da leitura de quem se presta ao ato existir. Intuição, paixão e o nada me tocam neste viver o sentimento criativo desde que sinto coisas que não vejo e procuro transformá-las em algo visível e para que isto aconteça vivencio a criação no momento dela - e depois a esqueço.

sábado, 23 de abril de 2011

Meus cartazes para o CINECCBEU programação de maio




No mês de maio o CINECCBEU vai ter esta programação e eu ficarei mais velha -velhota (velha idiota):(
Qual é o papo, afinal? Quer que eu fale do con-cei-to pa-ra a cria-ção das peças (argh, que papo brabo!). Hum-hum... tsc, tsc... Vá lá e veja os filmes.
Bem, o Miguel me convidou para fazer o cartaz do mês, honradíssima, aceitei e fiz estes dois. Ele gostou muito... paciência!
Isabela do Lago.

domingo, 3 de abril de 2011

Pé de Bananeira






A fedorenta inconsistência concreta da lama no quintal da pensão da velha Geneusa vem da água que escorre as louças sujas no girau.
Vive ali uma cintilância pardacenta dos restos de comida ao pé das árvores, capins, hortaliças e ao meu pé. Solidão obscura das raízes. Sábias plantas silenciosas, nunca omissas. Sabem as plantas o valor do silêncio para a alimentação.
A combustão dos dejetos: renovação frutífera. O tempo acumulado na sordidez do meu pescoço silencioso como uma planta, segura a minha cabeça, minha cabeça planta o pensamento. Silêncio, fruta verde e desejo.
Tão pequena e solitária brota a bananeira num silencioso e corpulento cacho de frutas. Será comido, suas cascas seguirão solenes ao girau a compor o fedor da cintilância da lama que vai escorrer e alimentar novamente a bananeira.
Pé. Solidão. Fruta. Meu corpo num clarão silencioso.
Isabela do Lago.
Santa Luzia do Pará, 31 de Março de 2011.