Isabela do Lago

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Belém, Pará - Amazônia, Brazil
A natureza da coisa arte em minha trajetória ocupou lugar no que se diz opção profissional, nem sei dizer nada a respeito de vocação pois nunca ouvi o tal "chamado". Por toda a minha vida tenho cercado o ato de produzir imagens, sejam elas desenhadas, pintadas, fotografadas, filmadas, dançadas, cantadas ou aquelas que figuram mundos internos nas almas imersas em situações nada concretas, a realidade vem a partir da leitura de quem se presta ao ato existir. Intuição, paixão e o nada me tocam neste viver o sentimento criativo desde que sinto coisas que não vejo e procuro transformá-las em algo visível e para que isto aconteça vivencio a criação no momento dela - e depois a esqueço.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Mais pintura em Janeiro



Já me veio uma outra lua... um tanto minguada
O desejo tá acabado
A morte do sexo
A fábula da princesa
Agora desencantada

Nascerão bichos desta pele
velha, triste e enrugada

A apagaram as luzes dos olhos
chegaram as chuvas na calçada

Veio um dia nublado
trazer um pano rendado

Nuvens de gaze sobre a púbis
este desejo tem de ser apagado

essa pele precisa de animais
essa lua precisa ser estrelada

este poema não pode falar mais
de uma boceta escondida depois de pintada.

Bela do Lago

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

sábado, 2 de janeiro de 2010

Aos monstros, máquinas e faunos


Sei que pode parecer que me distancio do objetivo de estudo da pintura da porta,
mas o que ninguém sabe é que precisei mandar este recado a Max Taine porque através dele é que dialogo com formas e cores, há aproximadamente 20 anos. Nos conhecemos na escola Kennedy, depois nos reencontramos na Universidade... e nunca mais ele foi embora... mas desaparece de vez em quando, e sempre que nos encontramos estamos juntos para o trabalho, para o vinho e a performance.
A busca por Max Taine é a busca pela memória afetiva cravada na minha substância corporal ao longo dos anos de juventude, não é bem saudade é busca de refencial representativo.
Iniciei estre trabalho afirmando o momento de solidão, para q esta seja também solidão criativa, senti falta de muitos amigos, mas Max Taine neste momento me esvaziou de sua presença, sejamos todos máquinas, reproduzam minhas palavras até que elas cheguem a Max Taine.
Preciso deste monstro para continuar.
Bela do Lago.

Maximonstro


Maximontro, quando o conheci em 1988.



Recado para Max Taine

Diga-lhe que amigos nunca vão embora
Que o vento vai e volta
E que vida é algo q sai de dentro pra fora
Mas hoje ele não me visitou
Nem nos falamos
Vieram monstros e máquinas
Max Taine não veio

Diga-lhe que tenho medo dos monstros
Mas tenho mais medo de máquinas do que de monstros
Tenho medo das máquinas que reproduzem palavras
Medo de reproduzir palavras
E já o faço
Apesar do medo amo os monstros
Amo o medo dos monstros
Monstros nunca reproduzem palavras
Amo o medo

Maxi monstro
Um amigos nunca vai embora
Nunca um vai embora, amigo

Máquinas podem costurar, lavar, passar, fotografar...
Monstros podem ser feios, bonitos, feiticeiras, loucos, faunos, demônios e crianças

Máquinas são ligadas e desligadas
Monstros podem amar e odiar
Monstros jamais reproduzem palavras
Monstros e máquinas colidem consciências
Despedaçam flores
Conhecendo profundamente o valor da consciência destruir
Máquinas jogam bombas de efeito moral

Por favor, diga a Max Taine que não há idealismo na moralização das máquinas
E que amigos se falam e se ouvem como monstros nascidos da pétala dionisíaca regada a delírio, dor e loucura criativa
Mas nunca o diga das máquinas...
Um monstro verdadeiro jamais ouvirá as máquinas
E há performance na pintura e no devaneio que a saudade trouxe com este fundo azul.