


Recado para Max Taine
Diga-lhe que amigos nunca vão embora
Que o vento vai e volta
E que vida é algo q sai de dentro pra fora
Mas hoje ele não me visitou
Nem nos falamos
Vieram monstros e máquinas
Max Taine não veio
Diga-lhe que tenho medo dos monstros
Mas tenho mais medo de máquinas do que de monstros
Tenho medo das máquinas que reproduzem palavras
Medo de reproduzir palavras
E já o faço
Apesar do medo amo os monstros
Amo o medo dos monstros
Monstros nunca reproduzem palavras
Amo o medo
Maxi monstro
Um amigos nunca vai embora
Nunca um vai embora, amigo
Máquinas podem costurar, lavar, passar, fotografar...
Monstros podem ser feios, bonitos, feiticeiras, loucos, faunos, demônios e crianças
Máquinas são ligadas e desligadas
Monstros podem amar e odiar
Monstros jamais reproduzem palavras
Monstros e máquinas colidem consciências
Despedaçam flores
Conhecendo profundamente o valor da consciência destruir
Máquinas jogam bombas de efeito moral
Por favor, diga a Max Taine que não há idealismo na moralização das máquinas
E que amigos se falam e se ouvem como monstros nascidos da pétala dionisíaca regada a delírio, dor e loucura criativa
Mas nunca o diga das máquinas...
Um monstro verdadeiro jamais ouvirá as máquinas
E há performance na pintura e no devaneio que a saudade trouxe com este fundo azul.