Isabela do Lago

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Belém, Pará - Amazônia, Brazil
A natureza da coisa arte em minha trajetória ocupou lugar no que se diz opção profissional, nem sei dizer nada a respeito de vocação pois nunca ouvi o tal "chamado". Por toda a minha vida tenho cercado o ato de produzir imagens, sejam elas desenhadas, pintadas, fotografadas, filmadas, dançadas, cantadas ou aquelas que figuram mundos internos nas almas imersas em situações nada concretas, a realidade vem a partir da leitura de quem se presta ao ato existir. Intuição, paixão e o nada me tocam neste viver o sentimento criativo desde que sinto coisas que não vejo e procuro transformá-las em algo visível e para que isto aconteça vivencio a criação no momento dela - e depois a esqueço.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Dizer disso não diz nada do que você quer que eu diga?



Quando digo "disso" digo da re-nascente pintura, não estou aqui
para falar da pintura da renascença, muito embora eu a tenha no meu carrego.
Querem que eu diga que falo de mim na minha pintura, porque ando a fazer autoretratos,
mas é que sou eu mesma que vejo as sensações que transbordo na tinha. Cores são luzes,
destino obvio de qualquer pensamento que me atravessa, porque é esta a pintora, mas
não sou eu na pintura, e sim a permanência ajuremada da experiência junto a faculdade
que trabalha pensadores não verbais.
O que querem que eu diga? que tipo de hipocrisia artística? Vivemos num mundo cruel, cidades são cenários de poluição de imagens e dissolução de pessoalidades, há muito mais ainda para se ver do que eu mesma possa pintar.
Acredito, desde a vivência na arteterapia que se cada um de nós pudésse sintetizar pensamentos em imagens talvez adoecêssemos menos da cabeça, porque coração, é só um órgão com a função específica e colaborativa dentro do sistema fisiológico que precisa bombear sangue para que tudo circule, e isso não chega nem perto do sentimento que podemos sentir uns pelos outros, esta metáfora para mim não tem vez!
Deixem que eu pinte o que eu sinto, que vos direi o que pinto.
Ui !
Estou acabando esta pintura, já teria até terminado, se ela fosse eu... mas ela é ela, careço vivência para fechar... digoo... Resolver a imagem.
Agora os bichos já começaram a circular pelo corpo, a encantaria finalmente chegou. Nossa tradição caboca adora a deuses e deusas diversos que são cobras, pássaros, insetos e curam ou matam com folhas, sementes, cascas, galhos, pedras, foi esta vivência que me inspirou, é disso que falo aqui. É isto que me encanta: A mata, o rio, a chuva, o vento... porque dos prédios, carros e placas eu não saberia falar, nem tampouco
Me cabe algum sentimento.
Meu sentimento não está no coração.

Bela do Lago.

4 comentários:

  1. eu já tive um vestido assim
    só vejo igual no interior
    em comunidades isoladas
    a juventude veste jeans
    me lembrou minha infância

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  2. O último que sair que fehce a porta...
    FRANCISCO WEYL

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  3. Voce produz imagens que convidam nossa atenção. Gosto dos traços e das cores e dos movimentos que sugerem.

    Eneida

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  4. Adorei a pintura! Me lembra a Frida Kalo, muito bonito, bj,
    Eli

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