Isabela do Lago

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Belém, Pará - Amazônia, Brazil
A natureza da coisa arte em minha trajetória ocupou lugar no que se diz opção profissional, nem sei dizer nada a respeito de vocação pois nunca ouvi o tal "chamado". Por toda a minha vida tenho cercado o ato de produzir imagens, sejam elas desenhadas, pintadas, fotografadas, filmadas, dançadas, cantadas ou aquelas que figuram mundos internos nas almas imersas em situações nada concretas, a realidade vem a partir da leitura de quem se presta ao ato existir. Intuição, paixão e o nada me tocam neste viver o sentimento criativo desde que sinto coisas que não vejo e procuro transformá-las em algo visível e para que isto aconteça vivencio a criação no momento dela - e depois a esqueço.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O FIM DA CARNE COMEÇO DO MAIL Carta fúnebre aos companheiros dos companheiros dos companheiros


Nery, Ismael. O GUERREIRO Nankin/aquarela s/ papel. 1924
Porque desconfio menos das pessoas que costumam se falar pessoalmente.

A Amazônia não merece um movimento cultural de unificação a partir de Belém
Aforça destas águas não brota desta nascente
Em Belém não há artistas, não há
Jornalistas não merecem ocupar tal espaço
Este movimento precisa de quem tem sabor de sangue entre os lábios
Abutres comem carne podre. Decomposta sem sangue
Outros pássaros devem voar neste céu que é de todos e de ninguém
Nada aqui está errado, nada está
Quem conhece arte não conhece o certo nem o errado
Quem conhece arte conhece a descrença, a dúvida, o inferno da existência vinda da própria existência
Partilhar está longe de repartir começar é bem mais perto de parir do que de morrer
Há tempo ainda, recorram à ciência
Porque tanta sede de poder?
Poder dizer, poder crer, poder apontar o dedo e mandar?
Conhecem algo mais divino que a mentira? Não? Então não conhecem arte
Então retirem-se do mundo que eu quero ter o direito de habitar na maldade, na desconfiança e no erro: substâncias seminais de tudo que há.
A vossa bondade é tamanha para com o próximo que não se cansam de aplaudir e apedrejar
uns aos outros constantemente.
Fiquem com a vossa bondade natalina que eu quero poder rir com a boca bem aberta a ponto de engolir estrelas e peidar nuvens
Não careço de compreensão
Meu ori está suspenso sobre meus próprios ombros
e quem balança meus cabelos é mesmo o vento
meu sentimento, não sai do coração, não.
Isabela do Lago.

4 comentários:

  1. ddesculpe mas eu não entendi, pelo que eu pergunto: podes repetir?

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  2. Você pode ficar lendo repetidas vezes, talvez você compreenda, talvez não. Mas como eu já disse: NÃO CAREÇO DE COMPREENSÃO . Uma braço.

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  3. fé liz na tal belém ri beira...
    tuto

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  4. Mas porque precisamos de unificação? Essa unificação é a busca da hegemonia ou o respeito a diversidade?
    Ohhh, Bela. Nós somos de Belém/ Estamos em Belém, e se as águas do Paraguaçu não nascem aqui, é na nossa direção que a sua força vem, e é aqui que tudo se mistuna com o mar.
    Tá certo, não somos sozinhos no mundo, mas também somos desse mundo Amazônia, e por que também não nos dar esse direito? Vamos unificar as Amazônias?
    e teu texto me faz pensar em muitas mais perguntas do que me traz respostas....

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