Isabela do Lago

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Belém, Pará - Amazônia, Brazil
A natureza da coisa arte em minha trajetória ocupou lugar no que se diz opção profissional, nem sei dizer nada a respeito de vocação pois nunca ouvi o tal "chamado". Por toda a minha vida tenho cercado o ato de produzir imagens, sejam elas desenhadas, pintadas, fotografadas, filmadas, dançadas, cantadas ou aquelas que figuram mundos internos nas almas imersas em situações nada concretas, a realidade vem a partir da leitura de quem se presta ao ato existir. Intuição, paixão e o nada me tocam neste viver o sentimento criativo desde que sinto coisas que não vejo e procuro transformá-las em algo visível e para que isto aconteça vivencio a criação no momento dela - e depois a esqueço.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Gatilho e coração


("lavadeira no alto rio guamá", comunidade de Jacarequara - sta luzia do pará foto:Isabela do Lago, 2010)

Quem quer trocar meu coração
escondo atrás de um facão
Quem quer trocar meu coração
por amor, comida e munição

Viver plantado neste chão
faísca, tiro e batalhão
quem quer trocar meu coração
por amor, comida e munição
em troca meta os pés no chão
ande bonito e com paixão

minha gente não tem tostão
mas tem gatilho e compaixão
fazendo guerra com barão
trocando o sangue pelo pão
rio guamá terra de cão
onde eu perdi a oração
onde eu troquei meu coração
por emboscada e frustração.


3 comentários:

  1. Um poema forte. Está entre provocativo e desconcertante. Imagino que fale de resistência, mas posso estar errado. Gostei muito da forma inquietante como a palavra "amor" foi utilizada.

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  2. Bela embora eu não curta rimas, elas me causaram inquietude.
    Antonino,
    Bj.

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  3. E quem é este ser anônimo?
    Bem... usei o recurso da rima pra lembrar
    a escrita de cordel, em homenagem à origem
    nordestina do Gatilheiro Quintino e da minha.
    A inquietude é mãe de toda poesia.
    Obrigada pela leitura.

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