o PONTO NEVRÁLGICO DA DOR LÍQUIDA
Vivo em Belém do Pará, entre as chuvas e o nada.
Cresci em residência perto dos rios, mares, tempestades e igarapés, e hoje percebo que nós, os paraenses nadamos num mar de preconceitos seja ele do país - Brasil em nossa direção, como se não fôssemos brasileiros, seja entre nós mesmos, uns aos outros nos estranhamos em nossa pluralidade cultural, justo aqui onde o modelo de “progresso” implantado com a colonização branca até hoje trai a confiança de meninos e meninas, ofende e humilha a honra de homens e mulheres.
Somos campeões brasileiros no ranking da violação de direitos humanos, Belém, surge no tempo atual como uma cidade – cortina cenográfica que está localizada em frente ao rio-mar, ladeada pela favelização das comunidades rurais e cada vez mais distante das matas onde vivem os deuses da natureza que deviam nos proteger.
UM DESABAFO AO GTU
Resolvi meter num saco de gatos minhas ansiedades criativas e transformar meu diário de bordo dos últimos encontros do GTU em video. parece que consegui, muito embora, isto tenha mais haver com meu projeto de exposição de pinturas do que qualquer outra coisa, mas é pensamento meu, e faço o que bem entender com isso!
Estou revoltada, hoje choveu pra caralho, me atrapalhei no trânsito, cheguei na ETDUFPA com 30 minutos de atraso e não me abriram a porta pra entrar... e eu tinha tanto a dizer.
Não compreendem que trabalham com seres humanos? que chove? que trabalho? que filho? que projeto? que vida louca todos temos nesta droga de metrópole da Amazônia?
Além do mais, não temos os contatos da coordenação, ao menos eu não tenho, mando mail ao Ives e ele nem responde... então o elenco é o que?
SEJAMOS DIGNOS DE NÓS MESMOS!!!
POESIA ÚMIDA PARA REGISTRO AUDIOVISUAL
desequilíbrio antes do entardecer
em guarda a chuva cai
para me defender
então ferve uma parede ôca
entre o pulmão e a boca
solta o ar
de dentro da terra louca.
Assista ao vídeo experimental em http://www.youtube.com/watch?v=8JqNQt5oqh0
Isabela do Lago.